2 de dez. de 2016

Desastres ambientais impactam diferentemente pequenas e grandes cidades

Falta de recursos e de capacitação técnica tornam cidades
menores mais frágeis a desastres ambientais; já nas grandes,
o maior problema é a escala (Nova Friburgo, RJ/Wikimedia Commons)

Elton Alisson | Agência FAPESP – A maioria dos pequenos municípios brasileiros, cuja população é composta por até 100 mil habitantes e onde está concentrada metade da população brasileira, não tem um fundo de financiamento de ações de adaptação a mudanças ambientais, como a elevação da temperatura e do volume de chuvas, ou de aumento da resiliência e de mitigação de impactos de desastres naturais.

A falta de recursos financeiros e humanos para lidar com questões ambientais e desastres naturais apresentada por esses pequenos municípios – que representam 95% das cidades brasileiras – os torna mais vulneráveis a ser arrasados por desastres ambientais como o que ocorreu em Mariana, em Minas Gerais, em novembro de 2015.

A avaliação foi feita por Ricardo Ojima, professor do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), durante palestra no seminário “Finding solutions for urban resilience to nature’s challenges”, realizado entre os dias 28 e 29 de novembro, na FAPESP.

Promovido pela FAPESP, em parceria com a Finnish Funding Agency for Innovation (Tekes, na sigla em finlandês), da Finlândia, o objetivo do evento foi fomentar o desenvolvimento de novas colaborações científicas entre pesquisadores do Estado de São Paulo e finlandeses e apresentar os resultados de pesquisas apoiadas pela FAPESP em áreas como resiliência urbana, meteorologia, planejamento urbano e segurança hídrica.

“Se um desastre ambiental da magnitude do que aconteceu em Mariana tivesse ocorrido em São Paulo, por exemplo, o número de mortes certamente seria maior, afetaria o funcionamento da cidade, mas não a teria destruído completamente”, estimou Ojima.

“Já no caso de um município pequeno, como Mariana, um evento como o rompimento da barragem de minérios pode representar o fim da cidade, de seu patrimônio histórico e cultural e das relações afetivas que os moradores estabeleceram com o lugar”, comparou.

De acordo com o pesquisador, que realizou pós-doutorado com Bolsa da FAPESP, em números absolutos, as maiores cidades brasileiras – cuja população totaliza mais de 500 mil habitantes, concentram a outra metade da população brasileira e representam 5% dos municípios do país – têm um número maior de pessoas expostas às mudanças e aos desastres ambientais.

Os pequenos municípios, contudo, têm menos recursos e maior dificuldade de gerenciamento e capacitação técnica para lidar com problemas ambientais. “Estamos no fio da navalha em relação à adaptação das cidades brasileiras a mudanças ambientais e de resiliência a desastres naturais”, afirmou.

Segundo o pesquisador, são necessários investimentos para as duas situações: em adaptação e aumento da resiliência das grandes cidades, onde uma quantidade muito maior de pessoas pode ser afetada por um único evento extremo, e na busca de mecanismos para melhorar a capacidade adaptativa e a resiliência dos pequenos municípios que podem ser completamente arrasados por um desastre como o de Mariana.

Fonte: Agência FAPESP, 01/12/2016


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25 de nov. de 2016

COP22: Rede Clima é eleita membro de iniciativa internacional sobre Capacitação em Mudanças do Clima

Think Tanks : Uma Iniciativa Global do Clima, lançado em Marrakech

Uma nova iniciativa internacional para apoiar a colaboração e intercâmbio entre centros de pesquisa e Think Tanksinternacionais sobre alterações climáticas foi lançado durante a 22 COP, em Marrakech.

Treze centros de excelência e grupos de reflexão (Think Tanks) da África, Europa, Ásia e América Latina reuniram-se durante evento na COP22 em Marrakesh, para lançar uma Rede Internacional de Centros de Excelência e Think Tanks para a Capacitação sobre Mudanças Climáticas : “The International Climate Change Centre of Excellence and Think Tanks for Capacity Building (INCCCETT 4CB).

A rede tem por objetivo catalisar a cooperação e a coordenação entre os centros de excelência na capacitação para a mitigação e adaptação às alterações climáticas, a fim de intensificar os esforços no sentido da aplicação do Acordo de Paris.

Dentre os treze menbros está a Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais, Rede Clima.

Fonte: RedeClima, 25/11/2016


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22 de nov. de 2016

MPF em Caicó ingressa com ação para garantir uso exclusivo da água para consumo humano e animal

O Ministério Público Federal (MPF) em Caicó ingressou nesta terça-feira, 22 de novembro, com ação civil pública contra a Agência Nacional de Águas (ANA), o Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (Igarn) e contra a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa). A ação tem por objetivo garantir que as três entidades sejam obrigadas judicialmente a fiscalizar o curso do rio Piancó Piranhas-Açu, com prioridade, evitando desvios e irrigações clandestinas.

Desde 2014, vigoram uma série de regras que restringem o uso da água apenas para consumo humano e animal. A irrigação encontra-se terminantemente proibida, inclusive por meio de resoluções conjuntas da ANA, Igarn e Aesa. Além disso, o próprio MPF já emitiu duas recomendações, cujos objetos, entre outros, já apontavam para a necessidade de intensificação das medidas de fiscalização. Entretanto, “apesar das recomendações e das resoluções emitidas, há numerosas evidências, colhidas desde 2014, de que a fiscalização empreendida pelos três réus não tem sido suficiente para coibir a prática de captação irregular de água ao longo da calha do rio”.

Fonte: Portal No Ar, 22/11/2016


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8 de nov. de 2016

PNUD e Ministério do Meio Ambiente apoiam evento internacional sobre condições de vida no semiárido

Semiárido brasileiro é habitado por cerca de 23 milhões de pessoas, contingente que corresponde a 34% de todos os moradores do Nordeste e a 12% da população do Brasil. Segurança alimentar, produção, uso de recursos hídricos e papel da mulher em comunidades de clima seco foram tema de seminário no Centro Xingó, na divisa de Alagoas e Sergipe.

O semiárido brasileiro é habitado por cerca de 23 milhões de pessoas, contingente que corresponde a 34% de todos os moradores do Nordeste e a 12% da população do Brasil. Para debater os riscos ambientais enfrentados pelos que residem nessa região, um seminário internacional reuniu dos dias 3 a 4 de novembro especialistas, técnicos, estudantes e instituições de pesquisa no Centro Xingó, localizado na divisa entre Alagoas e Sergipe.

Fonte: ONU Brasil, 07/11/2016

6 de out. de 2016

Seca coloca quase 1,1 mil cidades em situação de emergência no país


Ao menos 1.083 municípios do país, além do Distrito Federal, estão em situação de emergência por conta da seca ou da estiagem, segundo levantamento do G1. Em cinco dos 15 estados afetados, o cenário atinge mais da metade dos municípios – No Rio Grande do Norte, 90% estão em emergência.

Fonte: G1, 05/10/2016

18 de ago. de 2016

Navegue pelos municípios do Semiárido Setentrional

Versão Beta 2.0

(1) A taxa de fecundidade total mede o número médio de filhos por mulher em idade reprodutiva.

11 de ago. de 2016

Vulnerabilidade e Adaptação no Nordeste Brasileiro

Vulnerabilidade e Adaptação no Nordeste Brasileiro: Perspectivas Locais e Regionais sobre a Urbanização no Seridó Potiguar


Distribuição da população das microrregiões do
Seridó Ocidental e Oriental
O objetivo da pesquisa é analisar os dilemas ambientais urbanos de uma região onde o tema é subexplorado, embora os aspectos ambientais sejam prementes. Trata-se da região do Seridó Norteriograndense, que tem passado nos últimos anos uma das mais graves crises hídricas dos últimos 50 anos. Ao contrário do que imaginário social pressupõe, o grau de urbanização dessa região é da ordem de 85%, ou seja, é uma região tão ou mais urbanizada que muitas regiões do Sudeste. Entretanto, a maior parte dos 216 mil habitantes da região reside em pequenos municípios, sendo os maiores Caicó (62 mil) e Currais Novos (42 mil). Considerando os efeitos futuros de mudanças ambientais e até contextos de desertificação iminentes, este recorte é de fundamental importância para se entender as interações entre as pequenas e grandes localidades urbanas. O estudo desenvolverá levantamento de informações primárias e tratará das interfaces entre dinâmica demográfica, aspectos ambientais e políticas sociais.


Pirâmides etárias da população do Seridó Potiguar segundo situação de domicílio (rural e urbana), 1970 e 2010
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 1970 e 2010

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